Fizeram História

Dorina Nowill mudou a vida das pessoas cegas no Brasil - e no mundo

Por Por Marcos Candido

Maiores ativistas

Dorina Nowill foi uma das maiores ativistas na inclusão e acessibilidade de pessoas cegas no Brasil. O trabalho, reconhecido internacionalmente, tem efeito em leis, escolas, estudos científicos e no mercado de trabalho até hoje.
Reprodução/Fundação Dorina Nowill

A primeira

Dorina Gouvêa Nowill nasceu na cidade de São Paulo em 1919. Aos 17 anos, ficou cega. Nunca teve um diagnóstico. Em 1936, foi a primeira estudante cega da tradicional Escola Normal Caetano de Campos, no centro da capital paulista. Prestes a sair do colégio, Dorina estudou o ensino a cegos ou com baixa visão e atuou pela inclusão de mais alunos cegos em seu curso. Era apenas o começo.
Reprodução/Fundação Dorina Nowill
Em 1946, ela se especializou no ensino de pessoas cegas na Universidade de Columbia, em Nova York, nos Estados Unidos. No ano seguinte, articulou a criação do Departamento de Educação Especial para Cegos em São Paulo. Em 1948, recebeu investimento americano para impressão de livros em braille no país e, nos anos 50, se tornou presidenta da Fundação para o Livro do Cego no Brasil. Na década seguinte, foi nomeada diretora do primeiro programa federal para cegos no atual Ministério da Educação.
Reprodução/Fundação Dorina Nowill

Na escada da vida, os degraus são feitos de livros

Dorina Nowill,
Educadora e ativista a favor da inclusão

ONU

Dorina foi uma das maiores autoridades em acessibilidade na ONU, a Organização das Nações Unidas, e integrou o comitê internacional para integração de pessoas com deficiência. Em um discurso na década de 80, cobrou mais troca de tecnologias de acessibilidade de países ricos para os mais pobres.
Reprodução
Na área do trabalho, Dorina se uniu com ONGs, instituições civis e parlamentares para impor treinamento, inclusão e acessibilidade para pessoas cegas de acordo com a Convenção 159 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), uma agência ligada à ONU.
Reprodução/Fundação Dorina Nowill

Homenagem

Na década de 90, a Fundação para o Livro do Cego no Brasil muda de nome: torna-se Fundação Dorina Nowill para Cegos. Além de livros, promove oficinas profissionalizantes, cursos e inserção no mercado de trabalho.
Reprodução/Fundação Dorina Nowill

Dorinha

Em 2004, Maurício de Souza criou a Dorinha, personagem cega da Turma da Mônica, para homenagear Dorina.
Reprodução/Fundação Dorina Nowill

Reconhecimento

Dorina Nowill morreu em 2010 com reconhecimento internacional a favor das pessoas cegas. A história de sua vida virou documentário, livros e enredo de escola de samba. Seu nome está em praças, avenidas e, em 2019, foi lembrada na página inicial do Google no centenário de seu nascimento.
Reprodução/Dorina Nowill

Vencer na vida é manter-se de pé quando tudo parece estar abalado. É lutar quando tudo parece adverso. É aceitar o irrecuperável. É buscar um caminho novo com energia, confiança e fé.

Dorina Nowill,
Educadora e ativista a favor da inclusão
Publicado em 21 de Maio de 2022.
Texto: Marcos Candido

Edição: Ana Prado

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